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Rogério Corrêa
Mini-Curso: Um Cineasta e seus filmes
Professor: Rogério Corrêa
Quando: 30 de agosto de 2012 - das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas
31 de agosto de 2012 - das 8 às 12 horas
Onde: sala de treinamento do SEBRAE-RN - Natal/RN
Como: Ao longo desta atividade, o cineasta Rogério Corrêa mostrará os filmes que dirigiu – curtas, médias e longas; documentários e ficcionais –, comentando, após a exibição, as características de cada projeto, abordando questões de pesquisa, construção do roteiro, captação de recursos, escolha de equipe, elenco e locações, filmagem, pós-produção e distribuição. Veja a filmografia do diretor abaixo.
Formado em Cinema pela ECA-USP e em Direção Teatral pela Escola Livre de Teatro de Santo André, Rogério Corrêa estagiou na montagem do som de “La Luna”, de Bernardo Bertolucci. Dirigiu 13 filmes, dentre os quais “Na Garupa de Deus” (prêmio de produção do Programa Rumos do Itaú Cultural; prêmios técnicos no Festival de Paraty e no CineCeará) e “No Olho da Rua” (selecionado para os festivais de Montreal, Havana e Cinema Latino de Chicago).
Previsão de assuntos que poderão ser abordados pelo cineasta Rogério Corrêa:
Desenvolvimento
do projeto: a realização da pesquisa, as entrevistas, os materiais consultados,
os especialistas ouvidos.
Argumento:
a escrita do texto que serve de base para a construção do roteiro.
Roteiro:
a relação com o roteirista.
Orçamento:
o levantamento dos custos de realização.
Captação
de recursos: a formatação do projeto para inscrição nas leis de incentivo à
produção e as formas de captação de dinheiro.
Pré-produção:
a preparação da filmagem, escolha da equipe e atores (ficção) e contratação,
levantamento das locações, opção de formatos e equipamentos, acordos com
co-produtores e apoiadores, preparação de elenco (ficção).
Produção:
as semanas de filmagem, a relação com os atores e equipe, a direção do filme.
Pós-produção:
a relação com o editor de imagem e o de som, a trilha sonora, a mixagem, a finalização.
Festivais:
a importância dos eventos nacionais e internacionais, e a seleção dos mais
adequados.
Mercados
Internacionais: a experiência nos mercados de filmes de
Berlim 2010 e 2011, e Cannes 2010, o contrato com um agente de vendas
internacional.
Filmografia de Rogério Corrêa:
TEM
COCA-COLA NO VATAPÁ (1977/35’/Cor/16mm)
Documentário-ficção
sobre a história da ocupação do mercado cinematográfico brasileiro pelo produto
estrangeiro, tendo como fio-condutor o professor Paulo Emílio Salles Gomes, que
colaborou no roteiro criando os textos falados por ele e os diálogos dos personagens
principais, o cineasta Adhemar Gonzaga e o crítico Pedro Lima.
É o
primeiro filme de Pedro Farkas e Rogério Corrêa, filmado em 1976, quando ainda
estudavam na Escola de Comunicações e Artes da USP.
Com Paulo Emílo Salles Gomes, Analu
Prestes, David José e Clodomiro Bacelar. Participação Especial: Rudá de
Andrade.
Produção e Direção: Pedro Farkas e
Rogério Corrêa
Roteiro: Pedro Farkas, Rogério Corrêa.
Diálogos e textos: Paulo Emílio Salles
Gomes
Fotografia e câmera: Pedro Farkas
Som: Silvia Bahiense Naves
Montagem: Eduardo Leone e Sérgio Muniz
Música original: Arrigo Barnabé
Exibido pelo Canal Brasil.
OS QUEIXADAS (1978/35´/Cor/16mm)
Queixada é um animal pequeno que quando se sente
ameaçado se une para enfrentar o inimigo.
Este apelido foi dado aos operários da Companhia de
Cimento Perus, localizada em São Paulo no bairro de mesmo nome, quando, em
1962, organizaram uma greve por atrasos de salários e falta de
condições de trabalho. A empresa costumava atrasar os pagamentos todos
os meses e não colocava filtros para evitar a enorme poluição causada pela
fábrica.
O movimento foi longo e acabou rachado pois a
justiça deu ganho de causa para os trabalhadores estáveis, aqueles com
mais de dez anos de empresa, que receberam indenização
e foram reintegrados. Os não estáveis, não receberam nada nem
voltaram ao trabalho.
O documentário é uma reconstituição dramatizada
realizada pelos próprios operários que participaram do movimento, 16 anos
depois.
O filme é uma reflexão sobre resistência,
união e traição dentro daquele movimento, feita a partir das encenações e
depoimentos apenas dos envolvidos.
Uma curiosidade é que cópias do filme foram
vendidas ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e
ao dos Bancários de Porto Alegre, na época em que os seus
presidentes eram, respectivamente, Luís Inácio Lula da Silva e Olívio
Dutra.
Sobre este filme o crítico e professor Jean Claude
Bernadet faz os seguintes comentários no livro Cineastas
e Imagens do Povo. Editora Brasiliense. 1985
“OS QUEIXADAS é provavelmente o primeiro
filme dos anos 70 que tenta fazer a história do proletariado urbano.”
“A originalidade deste filme, além de
tratar de um tema então ausente do documentário e que só se desenvolverá a
partir de 1979 com as grandes greves dos metalúrgicos da região de São Paulo,
consiste no fato de que o realizador foi procurar operários que tinham tido uma
participação decisiva no movimento.”
“Estes operários, ele não os
entrevistou, a não ser na segunda seqüência já citada, mas lhes pediu que
reconstituíssem os momentos da greve que julgavam essenciais.”
“A grande qualidade do projeto é ter
tentado estabelecer a história deste episódio da vida operária com aqueles que
o viveram.”
“O realizador busca a neutralidade do
“cinema dominante”, que lhe permite ficar numa posição de técnico e de
intermediário. Ele, que possui os meios de produção e a técnica necessária,
coloca-se a serviço de operários para que elaborem sua memória, para que
escrevam sua história no cinema.”
Roteiro,
Produção e Direção - Rogério Corrêa
Fotografia
e Câmera - Pedro Farkas
Som -
Ubirajara de Castro
Direção
de Produção - Eliane Bandeira
Montagem
- Eduardo Leone
Música
Original - Arrigo Barnabé
Produzido com o Prêmio Estímulo ao Curta Metragem
de 1977, ficou em 2º lugar na votação de melhor filme do júri popular da
Jornada da Bahia, em 1978.
NA GARUPA DE DEUS
(2002/26’/Cor/MiniDv)
É uma reflexão sobre a vida na grande São
Paulo, a partir do perfil das pessoas que tiram da motocicleta sua
sobrevivência: os motoboys.
O documentário revela o universo desta
categoria profissional, a melhor tradução contemporânea para o sentimento de urgência
que sempre esteve enraizado no cenário paulistano.
Jovens, pobres, e com baixa escolaridade, há
vinte anos a maior parte deles estaria empregada na indústria, que hoje não
pode absorvê-los. Sem condições de competir num mercado de trabalho cada vez
mais exigente, a este grupo só resta comprar uma moto e arriscar a vida no
trânsito caótico, para atender à demanda de dez milhões de habitantes,
impotentes diante do tamanho e da desorganização da sua cidade.
Mas muitos desses garotos gostam da sensação
de perigo e aventura que dá desafiar a morte.
Produção
e Direção - Rogério Corrêa
Fotografia e Câmera - Cleumo Segond
Pesquisa -
Rogério Corrêa
Roteiro - Sabina Anzuategui
Som Direto - Alan Fábio Gomes
Edição - Geórgia Costa Araújo
Prêmio de
Produção do Programa Rumos Itaú Cultural Cinema e Vídeo – 2001
Prêmio de
Melhor Som de Documentário no I Paracine – Festival de Cinema de Paraty – 2002
Prêmio de
Melhor Fotografia de Vídeo no 13º CineCeará – 2003
CARPINTEIROS DO MAR (2005/52´/Cor/MiniDv)
A baía de Camamu é a terceira maior do país, depois da Baía de
Todos os Santos, ambas no Estado da Bahia, e a da Guanabara, no Rio de Janeiro.
Ela está
localizada na região denominada Costa do Dendê, no Recôncavo Baiano, onde
predominam a vegetação primitiva da Mata Atlântica e coqueirais. Os destaques são as ilhas que nela se encontram, mais de
dez, e seus inúmeros povoados.
Um dos pontos altos no seu entorno é Cajaíba do Sul. A economia
desse povoado está voltada basicamente para a carpintaria de embarcações que
são construídas em seus famosos estaleiros. São mais de 30, um ao lado do
outro, que ocupam cerca de 80% da população local, aproximadamente quatrocentas
pessoas.
Ali se fabricam escunas, saveiros e lanchões, vendidos para todo o
Brasil.
Uma escuna pode levar de 4 a 6 meses para ficar pronta e na
maioria das vezes o casco é do tronco de muanza e o resto do madeirame é de
sucupira ou taipeba.
No dia de "correr o barco", ou seja, de lançá-lo ao mar,
a festa toma conta do vilarejo.
Não se tem notícia de outro lugar no Brasil que concentre tantos
fabricantes de embarcações de madeira de grande porte. Os carpinteiros nativos
conhecem muitas histórias sobre a fabricação de barcos no local.
Um dos pioneiros deste tipo de produção é Elpídio de Souza
Caetano, que hoje está instalado na cidade de Camamu, com o Estaleiro Camarada.
Há quarenta anos nesta atividade, ele se tornou o maior empresário do ramo na
região, chegando a vender barcos para o exterior que atingem a cifra de
trezentos mil dólares.
Produção
e Direção
- Rogério Corrêa
Fotografia
e Câmera
- Lucas Barreto
Roteiro - Daniel Chaia
Edição - Lucas Barreto
Música - Pedro Lima/Vicente Salvia
Finalização - Fernando Lamana/José Alberto Mendes
Co-produção
STV
Direção
de Programação
- Robson Moreira
Direção Geral - Sandra
Regina Cacetari.
Exibido pelo STV,
canal de TV que precedeu o SescTV.
ANTES DO FUTURO (2005/52´/Cor/MiniDv)
A baía de Camamu, que acolhe milhares de
espécies da flora e fauna além de inúmeras atividades dos grupos que ali vivem,
é apresentada como área de inestimável valor ambiental e sócio-econômico.
Ela é a terceira maior do país e está
localizada no estado da Bahia, se estendendo por quatro municípios.
Através de depoimentos dos habitantes é
revelado um panorama das expectativas em relação à possibilidade de implantação
de plataformas de exploração de gás natural e petróleo no litoral da região.
Produção e Direção - Rogério
Corrêa
Fotografia
e câmera -
Lucas Barreto
Roteiro – Daniel Chaia
Música - Manuel Pessôa
Edição - Lucas Barreto
Finalização - José Alberto Mendes
Co-produção
STV
Direção de Programação
- Robson Moreira
Direção Geral - Sandra
Regina Cacetari.
Exibido pelo STV,
canal de TV que precedeu o SescTV.
DUPLO
TERRITÓRIO (2009/52’/Cor/HD)
O que leva um investigador que vive
mergulhado na violência escancarada de uma cidade como São Paulo a pintar telas
como se fossem fragmentos do seu cotidiano?
Para Manoel Paes Neto interessam os
olhares que traduzem súplica, arrependimento e liberdade. Ele não sabe explicar a razão dessas pessoas
lhe chamarem a atenção. Não procura celebridades do crime. Ele se interessa pelos
mais tristes, mais humildes. Seu universo estético é o das pessoas em situação
de rua, dos pequenos contraventores, dos que vivem à margem.
Sua pintura é uma sublimação
extraordinária, pois transforma a emoção diária brutalizada pelos canos
fumegantes, em quadros, imortalizando, com leveza, instantes da vida dos
paulistanos.
Produção e direção – Rogério
Corrêa
Fotografia e câmera – Lucas
Barreto
Edição de imagem e finalização – Maurício
Galdieri
Roteiro – Daniel
Chaia
Direção de produção - JORGE GUEDES
Trilha sonora e edição de som - PIPO PEGORARO
Som direto – Alan
Fábio Gomes e Douglas Fabiano Gonçalves
Co-produção TV
Cultura
Diretoria de produção - Marcelo Amiky
Co-produção SescTV
Diretora de programação - Regina Gambini
Projeto vencedor do DOCTV IV do Ministério da
Cultura, em parceria com TV Cultura e SescTV (2008).
Exibido pela TV Cultura e SescTV.
POEIRA E LUZ (2’/2010/Cor/HD)
O documentário desvenda a primeira
fábrica de ladrilhos hidráulicos da América Latina (1922), revelando sua rica
história e a difícil alquimia existente na arte do ofício dos ladrilheiros.
Produção
e direção – Rogério Corrêa
Fotografia e câmera – Lucas Barreto
Trilha sonora e edição de som - Vicente Falek
Edição - Thiago Lucena
Projeto vencedor do edital de Interprogramas
da Prefeitura de São Paulo (2010).
NO OLHO DA RUA
(2010/100’/Cor/Super 16)
Oton (Murilo Rosa), 38 anos,
metalúrgico, dois filhos, casado com Camila (Gabriela Flores), após trabalhar
20 anos na mesma fabrica é demitido. A partir daí sua vida sofre uma
grande transformação. Sem perspectivas, luta para não perder a única coisa que
lhe restou: a dignidade.
Produção e Direção - Rogério Corrêa
Produtoras - Leão Filmes, Movieart,
Cinegrama Filmes
Distribuição - Leão Filmes
Roteiro – Di Moretti
Fotografia e câmera - Helcio Alemão
Nagamine
Montagem – Idê Lacreta
Edição de Som – Fernando Henna
Direção de arte – Fernando Zuccolotto
Som direto – Gabriela Cunha
Produção executiva – Jorge Guedes
Selecionado para a competição de
Primeiros Filmes do Festival de Montreal (2010) e a Seção Ópera Prima do
Festival de Havana (2010), e pela Mostra Paralela Vertentes do Festival de
Tiradentes (2011).
Lançado comercialmente no dia 13 de maio
de 2011 em São Paulo (6 cinemas) e em seguida no Rio de Janeiro (2 cinemas),
Recife, Maceió e Búzios.
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